Os historiadores e o processo editorial na Companhia Editora Nacional
PET HISTÓRIA
Ao longo de sua existência, a Companhia Editora Nacional publicou obras que se tornaram referências nos estudos históricos. Leitores brasileiros passaram a ter acesso a autores em língua portuguesa e estrangeiros, a obras originais, reedições ou traduções. Ao ter essas obras em mãos, os leitores de décadas passadas e os de hoje dificilmente tem uma noção dos passos do processo editorial dessas obras historiográficas.
Esta exposição abre o véu dos bastidores refletindo sobre quem edita e por que, que relações se estabelecem entre autores e editores e quais são os recursos mobilizados na edição. Tal como nos passos editoriais, aqui também houve escolhas. De forma sintética eselecionando autores do catálogo da CEN, a exposição faz um recorte em meio a tantos outros possíveis. O objetivo é divulgar o acervo do Centro de Memória e Pesquisa Histórica e convidar os pesquisadores a construir conhecimentos novos a partir de recortes diferenciados.
Recorte do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21/11/1973, apontando Américo Jacobina Lacombe como provável novo ocupante da vaga de Silva Melo na Academia Brasileira de Letras
Lindolfo Marcondes Ferreira para Américo Jacobina Lacombe em 28/01/1974, parabenizando-o pela eleição para a Academia Brasileira de Letras
Américo Jacobina Lacombe
Recorte do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21/11/1973, apontando Américo Jacobina Lacombe como provável novo ocupante da vaga de Silva Melo na Academia Brasileira de Letras
Américo Jacobina Lacombe (1909-1993) nasceu no Rio de Janeiro (RJ). Foi advogado, professor e historiador, além de outras atividades. Em 1931, formou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e foi nomeado Secretário do Conselho Nacional de
Educação, onde permaneceu até 1939. No mesmo ano, assumiu a direção da Fundação Casa Rui Barbosa. Em 1957 passou a dirigir a Coleção Brasiliana, da Companhia Editora Nacional, substituindo Fernando Azevedo, cargo que ocupou por quase vinte anos. Na mesma editora, publicou algumas obras como História do Brasil e À sombra de Rui Barbosa. Foi presidente do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e ocupante da cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras em 1974.
Américo Jacobina Lacombe
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Celso Furtado para Thomaz A. de Queiroz, sobre o título e a capa de Teoria e política do desenvolvimento econômico. Elogia a CEN e a indústria do livro, 7/04/1967
Celso Furtado para Thomaz A. de Queiroz, acerca de Formação econômica do Brasil e Teoria e política do desenvolvimento econômico. Comenta viagens ao México, Chile e França, 19/09/1969.
Celso Furtado para Thomaz A. de Queiroz, sobre o título e a capa de Teoria e política do desenvolvimento econômico. Elogia a CEN e a indústria do livro, 7/04/1967
Celso Monteiro Furtado (1920-2004) nasceu em Pombal, Paraíba. Em 1939 formou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. Em 1949, vinculou-se à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). Participou da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), durante o governo de Juscelino Kubitchek. Em 1962 foi nomeado ministro do Planejamento por João Goulart. Com o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados, dedicando-se então à pesquisa e ao ensino em diversas universidades estrangeiras. Ministro da Cultura em 1986, elegeu-se para a Academia Brasileira de Letras em 1997.
Autor de diversas obras, destacando-se Formação econômica do Brasil e Teoria política desenvolvimento econômico, foi um dos autores a ter suas obras publicadas pela Companhia Editora Nacional (CEN).
Celso Furtado
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Exemplar da Revista Ágora da Associação de Amigos do Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, 1978, acerca da trajetória, obras e contribuições de José Honório Rodrigues.
Telegrama sem data, em que Jorge Yunes cumprimenta José Honório Rodrigues pelo recebimento do prêmio Rafael Heliodoro Vale como Historiador Maior da América.
Exemplar da Revista Ágora da Associação de Amigos do Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, 1978, acerca da trajetória, obras e contribuições de José Honório Rodrigues.
José Honório Rodrigues (1913-1987) nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Formou-se em Direito, no ano de 1937, na então Universidade do Brasil. Trabalhou no Instituto Nacional do Livro (1944 – 1945), ao lado de Sérgio Buarque de Holanda, foi bibliotecário do Instituto do Açúcar e do Álcool (1945), diretor da Divisão de Obras Raras e Publicações na Biblioteca Nacional (1946 – 1958), atuou na Seção de Pesquisas do Instituto Rio Branco (1948 – 1951) e no Arquivo Nacional (1958 – 1964). Parte de sua produção historiográfica - a exemplo de Teoria da História do Brasil (1949), A Pesquisa Histórica no Brasil (1952) e História da História do Brasil (1979), foi publicada ou reeditada pela Companhia Editora Nacional. No ano de 1969 foi eleito para ocupar a cadeira 35 da Academia Brasileira de Letras.
José Honório Rodrigues
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Fotografia do Instituto de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Fotografia do museu Câmara Cascudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Fotografia do Instituto de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Luis da Câmara Cascudo (1898-1986) nasceu na cidade de Natal (RN). Formou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1928. Iniciou carreira como jornalista em 1918, no jornal A Imprensa. Tornou-se correspondente do IHGB em 1934 e fundou a
Sociedade Brasileia de Folclore em 1941. Ficou conhecido pela publicação de obras como o Dicionário do Folclore Brasileiro (1962), História da alimentação no Brasil (1963), Contos tradicionais do Brasil (1946) e Geografia dos mitos brasileiros (1947). O autor manteve relação com a CEN entre os anos de 1939 e 1978, publicando a tradução de Travels in Brazil (Viagens ao Nordeste do Brasil), de Henry Koster, em 1942, e a obra de sua autoria, História da Alimentação no Brasil, sendo o primeiro volume em 1967 e o segundo em 1968.
Luis da Câmara Cascudo
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Roberto Cochrane Simonsen (1889-1948) nasceu no Rio de Janeiro. Formou-se em engenharia civil na Escola Politécnica de São Paulo. Participou do Movimento Constitucionalista de São Paulo, em 1932. No mesmo ano, Simonsen criou em São Paulo o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT) e participou da fundação da primeira Escola de Sociologia e Política existente no Brasil. Foi eleito Deputado Federal por São Paulo na Assembleia Constituinte de 1933 e em 1934. Presidiu a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em 1937. Em 1946, tornou-se o primeiro economista a conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). Filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD) e foi eleito senador em 1947. A partir da sua atuação no ensino e em pesquisas, publicou História econômica do Brasil (1937), Evolução da Indústria no Brasil (1939) e outras.
Roberto Simonsen
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Alberto Torres (1865-1917) nasceu em Itaboraí (RJ). Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1885, onde fundou o Centro Abolicionista. Elegeu-se Deputado Estadual (1892-1893) e Federal (1893-1896). Foi Ministro da Justiça (1896-1897), presidente do Estado do Rio de Janeiro (1897-1900) e ministro do Supremo Tribunal Federal a partir de 1901. Um dos expoentes do pensamento ruralista brasileiro, publicou os livros O problema nacional brasileiro (1914) e A organização nacional (1915), no qual examina os problemas da organização social, econômica e política do Brasil, argumentando que o povo brasileiro, em decorrência de sua formação e evolução (e não da determinação racial), encontrava-se ainda incapacitado para dirigir as reformas necessárias.
Alberto Torres
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Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) nasceu na cidade São Paulo. Formou-se em Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro em 1925. Em 1936, publicou Raízes do Brasil. Tornou-se diretor do Museu Paulista em 1946. Em 1956 assumiu a cátedra de História da Civilização Brasileira na USP, publicando em 1958 sua tese Visão Paraíso. Tornou-se o primeiro diretor do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, onde aposentou-se em 1969. Sua passagem pela Companhia Editora Nacional foi marcada pela produção de livros didáticos. Publicou, em 1975, pela CEN, os livros História do Brasil, Curso Moderno 1 e 2, e História da Civilização. Contudo, sua relação com a editora inclui também a publicação de algumas edições de Visão do Paraíso.
Sérgio Buarque de Holanda
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Corcino Medeiros dos Santos (1931- ) nasceu em Porteirinha (MG). Na USP, concluiu a Licenciatura em História, em 1959, e o Mestrado em História Social, sob a orientação de Sergio Buarque de Holanda, em 1969. Em 1970, iniciou o Doutorado e realizou pesquisas em Portugal e Angola. Não concluiu o curso na USP e transferiu-se para a
Unesp, onde defendeu sua tese, em 1973. Em 1975 foi para a Universidade de Brasília implantar o Programa de Pós-Graduação em História. Escreveu diversos livros, entre eles: Relações comerciais do Rio de Janeiro com Lisboa (1763- 1808) [Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1980] e Economia e sociedade do Rio Grande do Sul: século XVIII, publicado pela CEN, na coleção Brasiliana, em 1984.
Corcino Medeiros dos Santos
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Theodoro Fernandes Sampaio (1855-1937) nasceu em Santo Amaro (BA). Formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, em 1876. Em seguida, voltou a Santo Amaro e comprou a alforria de sua mãe e de dois irmãos. Fez parte da Comissão Hidráulica do Império e projetou melhoramentos do Porto de Santos. Foi nomeado, em 1883, primeiro engenheiro da Comissão de Melhoramentos do Rio São Francisco. Presidiu o Instituto Histórico Geográfico da Bahia de 1922 a 1936. Suas principais obras são: O Tupy na Geografia Nacional (1901), publicado pela CEN, e O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina (1905).
Theodoro Fernandes Sampaio
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PET-HISTÓRIA - UNIFESP | Supervisão e tutoria:
Jaime Rodrigues e Denilson Botelho
CMPH - Centro de Memória e Pesquisa Histórica | Coordenação:
Maria Rita de Almeida Toledo
Maria Luiza Ferreira de Oliveira
Membros do grupo PET-Historia (2017-2018) - Pesquisa, textos, edição e montagem
Anderson dos Santos Ribeiro, André Luiz Godinho da Silva, André Seidi Mizuta Silva,
Bianca Jaqueline de Moraes Vicente, Bruna Macedo Pilon, Daniele de Souza Somensari,
Fabio Rogerio Banin Jr, Gabriela Bernardes Andrade, Gabrielle Ramos da Silva, Giovanna A. Santos,
Isabella Rocha Ferreira, João Paulo Saul Mekitarian de Mello, Juliana dos Santos Carmona,
Juliane Cavalcante, Julio Cezar Melo Oliveira, Marcos Paulo Moraes de Melo, Mariana Stefanny M. Duzzi,
Paulo Emilio Bittencourt Duarte, Vitor Paffile Gentil Schimpf, Vitória Ribeiro.
Apoio Operacional - Serviços Gerais - Zeladoria:
Alessandro de Jesus Oliveira, Antonio Pannaci Maia, Christian Bianchi Costa, Flaviana Alves Sá Pereira, Francisco Calixto Filho, Geise Helen Ap. Gomes de Oliveira, José Augusto da Silva, Katia da S. Oliveira,
Maria Elia Gomes, Nelson Tavares da Silva, Raimundo Bruno dos Santos, Romalio Matos Barbosa,
Romulo Rodrigues Melo, Rosineide S. Pinto, Valdemiro Inácio dos Santos, Wagner G. Martins de Lima.